Por Luciara Schneid
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O projeto Polinizando o Pampa, iniciativa da prefeitura de Rio Grande, que busca na criação de abelhas alternativa para recuperar o ecossistema, deu início, na última semana, à sua segunda etapa, que é a entrega das caixas de abelhas aos produtores beneficiados.

A bióloga Rosana Halinski, da empresa Halinski Soluções e coordenadora do projeto, explica que a espécie escolhida é a Jataí, que possui ferrão atrofiado. "Existem 24 espécies no Estado, e esta é rústica, de fácil adaptação, amarelinha, conhecida como alemãzinha", ressalta.

Os produtores aprenderam, na primeira fase, a fazer a divisão e a multiplicação das colmeias e a gerar renda com a produção de mel, propólis e caixas. "Na divisão, cada caixa vira duas e assim sucessivamente, o que proporciona ao mesmo tempo renda e recuperação do meio ambiente onde estes produtores estão inseridos", diz a bióloga. Segundo ela, uma colmeia com cinco mil indivíduos da espécie produz um litro de mel por ano, um produto saboroso e de valor diferenciado, ressalta.

Foram entregues até agora 60 caixas com abelhas a seis produtores que integram o projeto. A produtora Marilane Figueiredo, de 62 anos, moradora da Ilha dos Marinheiros é uma das selecionadas pelo projeto. Ela trabalhou a vida inteira na pesca e vê na criação das abelhas Jataí, uma espécie sem ferrão, uma oportunidade de aumentar a renda familiar.

Ao todo são 15 produtores beneficiados que estão localizados na Reserva da Vida Silvestre Banhado do Maçarico, unidade de conservação estadual; na Área de Proteção Ambiental Lagoa Verde, unidade de preservação municipal; e na Ilha dos Marinheiros.

Estes são pontos considerados estratégicos por importância ambiental e carência de informações. A equipe iniciou o trabalho em novembro de 2022, quando os produtores receberam capacitação teórica para a criação de abelhas, e será desenvolvido ao longo de dois anos, com acompanhamento mensal.

O projeto é coordenado pela empresa Halinski Soluções Ambientais e Estatísticas, contratada pelo município para esse trabalho por meio de uma licitação. Em contrapartida, os produtores precisam participar de capacitações, receber mensalmente os pesquisadores nas suas propriedades e responder a questionários socioeconômicos e ambientais durante o projeto.

A iniciativa também contará com educação ambiental nas escolas da região, jardins urbanos e diversos materiais educativos sobre abelhas. Como o foco do programa é a espécie jataí, sem ferrão, as crianças podem manuseá-la sem problema e assistir em tempo real em que estágio está a colmeia. O projeto-piloto é realizado em parceria com as Secretarias do Meio Ambiente, Pesca, Agricultura e Cooperativismo da Prefeitura de Rio Grande.